Um casal transformou a propriedade da família e tem trabalho na criação de uma agrofloresta, em Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires. Ainda pouco conhecido na região, o sistema reúne as culturas que tradicionalmente aparecem nos pratos da comunidade em consórcio com as plantas que integram a floresta. Ricardo Antunes, de 29 anos, e Bibiana Becker, de 33, apostam no modelo como uma forma de produção sustentável.
As mudas para implantação da agrofloresta vieram do projeto Biomas. Desde 2018, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) participa da ação que busca suprir a demanda do passivo florestal. “A gente divulgou e foi aí que a gente conhecer conheceu a família. Eu não tinha ouvido falar de agrofloresta em Venâncio. Repassamos o projeto para o Fetag. Depois de três ou quatro, vieram as mudas para fazer o plantio”, disse o tesoureiro da entidade, Gilmar de Oliveira.
Mestrando em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Ricardo Antunes pôde aplicar os conhecimentos. Nos últimos meses, foi realizado o redesenho da propriedade observando a incidência solar e as curvas de nível. “Buscamos as melhores interpretações para realizar o plantio da agrofloresta. A gente utilizou esses principios para realizar o plantio. Intercalando com as árvores, estamos plantando alimentos, como a fava, o amendoim e o aipim”, destacou.
Apesar de trabalhar na recuperação do solo, a família já colhe os resultados. Na mesa da propriedade, estão presentes legumes e hortaliças sem a utilização de agrotóxicos. “Por enquanto, estamos trabalhando o solo para que ele tenha condições de nos gerar muita comida sem a necessidade de usar adubos químicos e agrotóxicos. Tem as mudas nativas e logo virão mudas de árvores frutíferas e a produção de vegetais”, completou Bibiana Becker.