Situações enfrentadas por meninas e mulheres em Venâncio Aires têm chamado atenção da comunidade e de órgãos de segurança pública. Atos de importunação sexual relatados chegaram a ser pauta de comentários nesta semana na Câmara de Vereadores.
Os parlamentares Ezequiel Stahl (PTB) e Tiago Quintana (PDT), citaram registros feitos em redes sociais por quem transita por acessos à cidade. Ao fazer caminhadas, principalmente nos acessos Leopoldina e Grão Pará, mulheres têm denunciado situações de assédio.
“O que mais me causou preocupação é que o relato de algumas meninas é de que os abusos ocorrem às três ou quatro horas da tarde, então o problema nem é a falta de luminosidade, e sim a falta de respeito e a falta de educação”, relatou Ezequiel Stahl.
Outro vereador a abordar o assunto, Tiago Quintana disse que fez contato com a Brigada Militar (BM), solicitando intensificação nas fiscalizações nos trechos em determinados horários e destacou a importância das vítimas efetuarem os registros. “Quando a gente fala em abuso, não é necessariamente o estupro, mas até a piada. Tem o relato de uma menina que um cara passou de bicicleta e passou a mão nela, no corpo dela. Então, que se faça o registro sempre que acontecer”, afirmou.
A reportagem da RVA entrou em contato com a capitã da Brigada Militar de Venâncio Aires, Michele Vargas, que também ressaltou a importância da denúncia nesses casos. Ao sofrer qualquer tipo de importunação sexual, a vítima deve entrar em contato o mais rápido possível com a Brigada Militar pelo número 190 e repassar o maior número possível de características do importunador.
“Isso deve ser levado ao conhecimento das autoridades policiais, para que a gente possa alicerçar uma linha de atuação para resolver o problema. As informações não estão chegando até nós. Sem o registro, não sabemos se quer o horário que estão acontecendo os fatos, o que prejudica o nosso trabalho. Nesse sentido, a gente pede que as mulheres façam o registro”, ressalta a capitã da BM.
É necessário também que os registro chegue à Polícia Civil, para facilitar nas investigações. Segundo a comandante Michele, já é realizado patrulhamento nos acessos citados. No entanto, nos últimos dias, as viaturas passaram a percorrer mais vezes os locais de caminhada como Leopoldina e Grão Pará.
A importunação sexual é crime. Caracteriza-se pela realização de ato libidinoso na presença de alguém de forma não consensual. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres, com falas, piadas e que se enquadra também em ações como beijos forçados e passar a mão no corpo alheio sem permissão. O infrator, quando identificado, pode ser punido com prisão de um a cinco anos. As denúncias devem ser feitas com o chamado à Brigada Militar, pelo 190. Também é importante a realização de registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).