Pesquisa realizada na escola Crescer aborda acolhimento e inclusão de um grupo de crianças venezuelanas

Atualmente, a pesquisa se encontra na etapa de análise de dados, com previsão de término em dezembro de 2024

A Semana do Migrante e do Refugiado é celebrada anualmente entre os dias 19 e 23 de junho. Embora a migração não seja um fenômeno recente, nos últimos anos tem ocorrido uma intensificação dos processos migratórios, especialmente no que se refere a deslocamentos forçados. Na região dos vales do Taquari e Rio Pardo, há principalmente a migração haitiana, na região de Lajeado e municípios vizinhos. E, mais recentemente, a venezuelana, sendo que, a partir do projeto de interiorização, desenvolvido pelo Governo Federal, Venâncio Aires se constitui como um destino possível para este grupo.

Com isso, o projeto de pesquisa “Processos de in/exclusão escolar: um estudo com crianças migrantes”, coordenado pela professora Betina Hillesheim, iniciou em janeiro de 2023. Foi um desdobramento de outros estudos desenvolvidos pelo grupo Políticas Públicas, Inclusão e Produção de Sujeitos, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação (PPGEdu) e ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Psicologia (PPGPsi), que tem se voltado para a questão das migrações contemporâneas.

“Nos últimos anos tem ocorrido uma intensificação dos processos migratórios, especialmente deslocamentos forçados. Nesta perspectiva, o Brasil, embora ainda se caracterize mais como um país emigrante (pessoas que saem do país), também tem recebido um contingente expressivo de imigrantes, tais como haitianos, senegaleses, venezuelanos, sírios, bolivianos, colombianos, nigerianos, entre outras nacionalidades”, ressalta a professora.

A partir disso, a pesquisa se voltou para a compreensão dos processos de acolhimento e inclusão escolar das crianças migrantes, acompanhando um grupo de crianças venezuelanas que estudam em uma escola de Venâncio Aires. O projeto foi desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Crescer. Para a produção de dados, foram realizados encontros com as crianças migrantes, suas famílias e professores da escola.

Um dos produtos resultantes desta investigação foi a tese da professora Caroline da Rosa Couto, intitulada “Entre escola e migrações, [por] uma educação-migrante” e defendida em fevereiro de 2024, no PPGEdu. Além disso, destaca-se o site geosaudevrp.org, idealizado pelo professor Camilo Darsie, no qual é possível visualizar tanto as produções acadêmicas do grupo (artigos, capítulos de livros, trabalhos apresentados em eventos), quanto infográficos que sistematizam dados sobre a migração no país e, mais especificamente, na região.

“Atualmente, a pesquisa se encontra na etapa de análise de dados, com previsão de término em dezembro de 2024. A partir das discussões realizadas na investigação, pretende-se subsidiar a qualificação tanto de professores que atuam nas escolas de educação básica, quanto de diferentes profissionais que atuam em serviços que recebem migrantes (CRAS, Centro do Migrante, serviços de saúde), contribuindo para uma melhor acolhida e inclusão dos migrantes, em geral, e das crianças, mais especificamente”, complementa a professora.

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