Deputado estadual aponta indícios de irregularidades no leilão do arroz e defende valorização do setor

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção de arroz do país. Com as enchentes, o governo federal realizou, na semana passada, leilão de importação de 263 mil toneladas, para evitar o aumento dos preços do produto. A operação realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) custou R$ 1,3 bilhão.

Diversas entidades representativas do setor e políticos questionam o governo pelo certame. Presidente da Frente Parlamentar do Arroz na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Marcos Vinícius, do Progressistas, defende que não há dados que comprovem a queda da produção e apontou indícios sobre irregularidades no processo.

Segundo o parlamentar, todas as empresas vencedoras do leilão deixaram suspeitas. A primeira delas é a Zafira Trading, uma microempresa com capital social de R$ 110 mil. Um dos corretores da empresa está ligado à GF Business LTDA, que tem como sócio o filho do secretário Nacional de Política Agrícola do governo Lula. O empreendimento vendeu 73.827 toneladas de arroz por R$ 369 milhões.

Outra empresa mencionada foi a Wisley Alves de Souza, cujo nome fantasia é Queijo Minas, localizada em Macapá, no Amapá. Com um capital social de R$ 80 mil, ela vendeu arroz em volumes que chegaram a R$ 736 milhões. Em seu contrato social, a Queijo Minas tem registradas atividades como o comércio atacadista de hortifrutigranjeiros e pescados.

O deputado também destacou a ASR Locação de Máquinas e Veículos, situada no Distrito Federal, que tem uma ex-sócia que foi assessora parlamentar na Câmara dos Deputados. A empresa, com uma vasta gama de atividades, desde o comércio de itens de higiene pessoal até terraplanagem, vendeu 22.500 toneladas de arroz por R$ 112 milhões. Já a Icefruit, localizada em São Paulo, garantiu a venda de 19.740 toneladas de arroz por R$ 98 milhões ao governo federal. A empresa, em suas atividades descritas no contrato social, estaria habilitada para a venda de frutas em conservas e sorvetes.

Em entrevista à Rádio Venâncio Aires, o deputado disse que em nenhum momento o setor afirmou sobre a possibilidade de falta de arroz. “Nunca foi falado que faltaria arroz. Não tem uma linha – escrita ou falada – dos agentes do setor. Pelo contrário, dados técnicos mostram que as lavouras estavam colhidas no início da enchente”, garante.

Incentivo

Marcus Vinícius também defende incentivos ao setor arrozeiro do estado. Conforme o parlamentar, os anúncios recentes podem causar desestímulo aos produtores, gerando queda na produção. Encontros com entidades do setor devem continuar sendo realizados buscando novas ações.

*Com informações da assessoria de comunicação do deputado Marcus Vinícius.

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