A Inspetoria de Defesa Agropecuária de Venâncio Aires identificou um caso de mormo no município. A confirmação em um equino ocorreu no fim de fevereiro e foi anunciada na manhã desta segunda-feira, 29, pelo chefe do órgão no município, Antônio Werner, em entrevista à RVA AM 910.
Segundo o médico veterinário, após ser confirmado o caso, o processo segue em judicialização e reascende um alerta sobre a importância dos cuidados sanitários. “É um risco. É uma doença bacteriana grave. Ela passa dos equinos para o homem ou do homem para os equinos. E outras espécies também podem ser acometidas, como os felinos. Dos equídeos, os mais sucessíveis são os muares. Eles se infectam, mas não manifestam a doença. Esse é que o maior perigo”, explicou Werner.
O animal que recebe a confirmação para mormo precisa ser sacrificado. Além disso, a propriedade onde é identificada a zoonose é interditada, até que sejam feitos todos os procedimentos de sanidade. Por isso, Antônio Werner destaca a importância dos cuidados de prevenção e da realização dos exames para detecção da doença: “o mormo não tem cura, então, o que se tem que fazer são os exames, participar de eventos que sejam idôneos e em que todos os animais que participem sejam testados e negativos, e não compartilhar equipamentos, como cochos de água ou alimentação. Além disso, se souber de algum animal que tenha sintomatologia compatível, fazer a notificação à inspetoria para poder investigar o caso”.
Entre os sintomas mais comuns do mormo, estão a presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza e prostração; pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com uma secreção, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta.
O mormo não tem tratamento ou vacina, é uma zoonose e pode ser transmitido para o ser humano, por isso é necessário o sacrifício do animal. Já o exame para detecção da doença é obrigatório para o trânsito dos equinos. Somente no ano passado, cerca de 50 casos foram registrados no Rio Grande do Sul.