Na próxima semana, nos dias 15 e 16 de agosto, ocorre a 7ª Marcha das Margaridas, em Brasília. Promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e 16 organizações parceiras. A mobilização, que tem como objetivo reivindicar políticas públicas para garantir uma vida melhor aos trabalhadores e trabalhadoras do campo, tem o tema ‘Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver’, além de 13 eixos temáticos que norteiam as reivindicações desta edição da marcha.
Do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires (STRva), são seis representantes: Maribel Griesang, Adriane Metz, Ângela Caetano, Roseli Kessler, Carline Linck e Rosenei Neumann, todas agricultoras. De acordo com a secretária do STR, Rosenei Neumann, as mulheres foram escolhidas por conta da participação ativa no movimento sindical, e revela grande empolgação em participar da ação. “São integrantes que participam de mobilizações, assembleias e eventos em geral do sindicato. E todas nós estamos muito felizes com a oportunidade de estarmos presentes em um momento tão importante, ainda mais para mim e para a Roseli, por ser a primeira vez que vamos à Marcha”, salienta. Da regional sindical, a qual o STR integra, viajam 43 mulheres. A nível estadual, serão mais de 600 e a nível nacional, mais de 100 mil mulheres são esperadas.
PROGRAMAÇÃO
Segundo Rosenei, o grupo de mulheres do STRva embarca no Aeroporto Salgado Filho com destino a Brasília na madrugada do 15. Na parte da manhã, realizam o credenciamento e à noite prestigiam a abertura oficial do evento.
No dia 16, pela manhã, inicia a marcha, em que, o ponto alto será a entrega das reivindicações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Posteriormente ao retorno da comitiva que foi à capital brasileira, o documento será entre às autoridades do município.
Eixos temáticos desta edição:
– Democracia participativa e soberania popular;
– Poder e participação política das mulheres;
– Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
– Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
– Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
– Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
– Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
– Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
– Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
– Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
– Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária;
– Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
– Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
O NOME
A Marcha das Margaridas é inspirada na luta de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural nordestina, e que, por 12 anos, ocupou a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Por conta do seu envolvimento sindical, em que batalhou pela reforma agrária, direito à terra, educação, igualdade e a defesa dos direitos trabalhistas e uma vida melhor para trabalhadores e trabalhadoras rurais, foi brutalmente assassinada na porta de casa em 12 de agosto de 1983.
PRINCIPAIS CONQUISTAS
Realizada a cada quatro anos, desde o ano de 2000, a Marcha das Margaridas já garantiu diversas conquistas, tais como: manutenção da aposentadoria das mulheres aos 55 anos; constituição de grupo de trabalho interinstitucional para a Educação Infantil no campo – para construir uma política de creches; criação do Programa de Apoio à Organização Produtiva de Mulheres Rurais; protetor solar gratuito para agricultores, entre outras.
Fontes: Comunicação STR e AI Contag