Dados apresentados pela Emater indicam que Venâncio Aires perdeu mais de 100 produtores de leite nos últimos sete anos. Enquanto que, em 2015, o município tinha 212 agricultores envolvidos com a cadeia leiteira, em 2021, esse número baixou para 104. As informações foram apresentadas pelo engenheiro agrícola da Emater, Diego Barden dos Santos, em entrevista à RVA. Ele salientou ainda que, possivelmente, no atual momento, Venâncio já pode ter menos de 100 produtores de leite.
Apesar de uma significativa diminuição no número de agricultores, Santos destaca que a quantidade de leite produzido em Venâncio Aires se manteve alta. Isso indica que aqueles que deram seguimento ao trabalho também investiram nas propriedades e no aumento da produção. “Em 2012, a produção anual estava em torno de 9 milhões de litros de leite. Hoje, nós produzimos cerca de 8,5 milhões de litros por ano. Ou seja, os produtores que ficaram, decidiram melhorar a sua produtividade, mesmo com o achatamento do lucro”, explica.
Levando em consideração os altos preços do leite percebidos nas prateleiras dos mercados, o engenheiro agrícola da Emater explicou ainda que para o produtor rural também houve sucessivos aumentos no insumos necessários para a produção: “antes da pandemia, um saco de adubo estava custando R$ 80. Hoje, tá de R$ 230 a R$ 280. E eu uso o preço do adubo como exemplo para todos os outros custos de produção, como energia elétrica, combustível, produtos químicos para higienização da ordenha”.
Ainda de acordo com Diego Barden dos Santos, no último mês, os produtores de leite de Venâncio Aires receberam entre R$ 2,50 e R$ 2,80 por litro. “No ano passado, os produtores já estavam ganhando em torno de R$ 2,30 e R$ 2,50. Isso significa que o preço do leite não teve o mesmo aumento que os insumos. Então, para o produtor, também está complicado”, conclui explicando que, apesar do leite estar caro para quem compra o produto final, para o agricultor não houve grandes aumentos.
