Secretaria da Saúde divulga informe epidemiológico sobre suicídio no RS com recomendações para gestores

O documento apresenta dados preliminares de 2022 sobre a mortalidade por suicídio no Rio Grande do Sul e no cenário nacional e mundial

No mês de setembro, dedicado à reflexão sobre o suicídio como problema de saúde pública, a Secretaria da Saúde (SES) divulga o Informe Epidemiológico Suicídio e Lesão Autoprovocada. O documento apresenta dados preliminares de 2022 sobre a mortalidade por suicídio no Rio Grande do Sul e no cenário nacional e mundial.

O informe traz recomendações para os gestores de saúde regionais e municipais sobre a importância da notificação dos casos. Destaca, ainda, o papel dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS) e Atenção Secundária para a identificação do comportamento suicida, a fim de possibilitar uma avaliação de risco adequada e evitar a evolução dos casos.

“Esse informe epidemiológico dá embasamento para a construção de políticas públicas a partir da demanda, demonstrando diretamente onde devemos incidir de maneira mais atuante”, afirma a psicóloga da Política de Saúde Mental do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) da SES, Kátia Rodrigues. “O levantamento mantém a APS ciente das demandas de seu território. Isso é fundamental para pensar ações, incluindo prevenção, promoção e recuperação da saúde para as populações vulnerabilizadas, além de subsidiar a distribuição dos recursos pela SES e pelo Ministério da Saúde”, disse Kátia.

Prioridade da notificação

A ficha de notificação de violência é uma estratégia que o Estado pode utilizar para dimensionar o quantitativo de casos e os tipos de violência incidentes em cada região de saúde e em cada município. A medida possibilita à gestão e aos profissionais identificarem quais são as populações que mais necessitam de cuidados, bem como as formas de prevenir agravos e promover o atendimento em saúde.

Assim, quando se registra um alto número de adolescentes apresentando comportamento autolesivo, a equipe de saúde pode articular uma intervenção com as escolas para falar sobre saúde mental, por exemplo. Se for identificado um alto índice de suicídio, os gestores podem capacitar seus profissionais a trabalharem com prevenção ao suicídio e também como atuar nos casos.

Kátia Rodrigues ressaltou a importância do acolhimento oferecido pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). “Um dos pontos que facilita o acesso das pessoas usuárias do SUS aos cuidados em saúde é o acolhimento sem julgamentos de seus sofrimentos, possibilitando que compartilhem sentimentos de desesperança, desejo de morte e também planejamento”, destacou a psicóloga. “O vínculo de confiança e a escuta acolhedora e sem julgamentos morais, realizada por trabalhadores da saúde bem preparados e conhecedores da rede de saúde de seu território, podem salvar vidas”.

Os dados no RS

No Rio Grande do Sul, 80% dos suicídios registrados são de pessoas do sexo masculino. A taxa de mortalidade dos homens cresce conforme avança a faixa etária, aumentando também a diferença em relação ao sexo feminino.

Também chama a atenção o crescimento da taxa de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, a partir de 2018. Ainda, houve aumento na taxa de idosos de 70 a 79 anos e de 80 anos e mais, a partir de 2019. Ressalta-se que o informe apresenta dados preliminares de 2022.

Informe Epidemiológico sobre Suicídio e Lesões Autoprovocadas – setembro/2023

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