A reportagem está acompanhando relatos de moradores na parte baixa da área urbana. Moradora da rua Visconde do Rio Branco, no bairro Mosrch, Dani Eni Becker, acompanhou o aumento do nível da água alcançando cerca de dois metros dentro da casa em que reside.

Ela lembra que em 2014, a água alcançou cerca de 40 centímetros. Dessa vez, durante a enchente, a moradora, junto com a filha, o genro e uma outra familiar, ficaram abrigados no segundo andar do imóvel, na noite de terça-feira, 30. “Ficamos com medo que a água pudesse fazer pressão e levar a casa. Passamos a noite angustiados”, relatou.

Apesar de ter somente perdas materiais, Dani Eni Becker lamentou a situação. “A gente se preocupa com a casa da gente. Foi difícil chegar até aqui e, agora, com uma certa idade, precisamos começar tudo do zero. A sorte que a gente tem saúde e conseguimos nos equilibrar”, disse.

Uma das entidades que desenvolve um importante papel junto à comunidade, a ONG Parceiros da Esperança (Paresp) foi fortemente atingida pela enchente do arroio Castelhano. No local, a água atingiu cerca de dois metros dentro da estrutura.

Diversos objetos e equipamentos tiveram perda total, incluindo a cozinha, espaço de informática e salas de aula. A diretora e fundadora da Paresp, Sara da Rosa, lamentou a situação e destacou a necessidade voluntários para atuarem na limpeza: “Não perdemos nenhuma vida, mas o que era material foi tudo embora”.

A entidade também está recebendo doações via Pix, através do CNPJ 08.294.101/0001-24. Os recursos ajudam a garantir atendimento a 100 crianças e adolescentes no turno inverso ao escolar. “Agora é só tirar os entulhos e recomeçar. Somos movidos pela esperança, o amor e a fé”, destaca a diretora.