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“Não faltarão recursos para o RS”, diz Lula sobre temporais no estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, 2, que não faltarão recursos do governo federal no socorro à população do Rio Grande do Sul e na reconstrução de municípios gaúchos atingidos por tempestades e enchentes desde o início da semana.

Lula e uma comitiva de ministros desembarcaram hoje em Santa Maria (RS) para reunião de trabalho com o governador do estado, Eduardo Leite, que classificou a situação como o pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul. “Tudo que estiver no alcance do governo federal, seja através dos ministros, seja através da sociedade civil ou seja através dos nossos militares, vamos dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado por conta da chuva”, disse Lula, após a reunião.

O último balanço das autoridades locais registrava 13 mortes e 21 pessoas desaparecidas, além de 12 feridos. São 132 municípios afetados e 5.321 pessoas desalojadas. “No primeiro momento, a gente só tem que salvar vidas, a gente só tem que cuidar das pessoas. No segundo momento, a gente vai que vai ter que cuidar de fazer uma avaliação dos danos e, a partir daí, começar a pensar como encontrar o dinheiro para que a gente possa reparar esses danos”, acrescentou o presidente, prestando solidariedade ao povo gaúcho e às famílias das vítimas.

De acordo com o governador Eduardo Leite, esses números são “absolutamente preliminares” e deverão subir. O foco das ações é no resgate das pessoas. “Lamentar desde já todas as mortes que ainda não foram registradas e que serão muitas, infelizmente, por conta de deslizamentos e de pessoas que estão a 48 horas em localidades que estão inacessíveis já pedindo resgate. A gente está se esforçando para chegar em cada um dos locais”, disse, informando que 204 municípios estão com maior risco em razão da elevação dos níveis dos rios e do perigo de deslizamento de terras.

Ele lembrou que nos primeiros temporais do ano passado, o resgate foi possível após uma trégua nas chuvas, o que não vem acontecendo. “Nesse momento, a gente não tem tido essa condição. Desde terça-feira (20) a gente mobiliza o que é possível, mas há muito problema climático ainda que afeta o voo das aeronaves e a dificuldade para fazer resgates. E isso tem gerado consequências muito graves aqui, que ainda vão ser medidas”, disse, antecipando a preocupação com alagamentos em Porto Alegre, capital do estado, em razão da elevação do nível do Rio Guaíba.

Segundo ele, a cota de inundação deve chegar a 4 metros (m) amanhã (3) e, dependendo da direção dos ventos que podem escoar melhor ou podem representar as águas no Guaíba, pode chegar a 4,20 m. Em novembro do ano passado, o nível do rio chegou a 3,46 m, na pior cheia desde 1941. “Peço às pessoas que saiam das localidades de risco, saiam das suas casas de forma ordenada enquanto é tempo para isso, para nós salvarmos vidas nesse momento”, disse o governador.

Desde o início da crise, o governo federal se mobilizou para apoiar as ações emergenciais, de socorro à população. Militares das Forças Armadas tem auxiliado nas ações de busca e resgate de vítimas e na desobstrução de estradas, além de distribuição de alimentos, colchões, água e a montagem de postos de triagem e abrigos.

O governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública diante dos estragos causados pelos eventos climáticos. As aulas nas escolas estaduais foram suspensas. Há mais de 150 pontos de bloqueios em estradas e pontes e municípios com problemas no abastecimento de alimentos, água, energia elétrica e telefonia. Os temporais castigam o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) e a previsão é que o volume de chuvas continue elevado nos próximos dias.

O estado vem sofrendo com ciclos cada vez mais recorrentes de intempéries climáticas. No segundo semestre do ano passado, enchentes provocadas por fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari, em uma das piores cheias em décadas, e deixaram um rastro de destruição, perdas materiais e cerca de 50 mortes.

“É o segundo [evento] em um ano que acontece, então é preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho, com muito mais amor”, disse o presidente Lula.

“A natureza está se manifestando e nós precisamos levar isso muito em conta, porque quando a natureza se rebela a gente sabe que os prejuízos são muitos”, acrescentou, sobre as consequências da ação danosa do homem ao meio ambiente.

ALERTA MÁXIMO: Rompimento parcial de barragem em Cotiporã agrava ainda mais a situação no Vale do Taquari

O rompimento parcial da Barragem 14 de Julho, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha agrava ainda mais a situação no Vale do Taquari. A confirmação do rompimento da barragem da Usina Hidrelétrica 14 de Julho deixa grande parte do Rio Grande do Sul em alerta máximo, inclusive a região de Vila Mariante.

O vice-governador do estado, Gabriel Souza, confirmou a situação e disse que o risco é altíssimo para inundações ainda maiores em regiões ribeirinhas do rio das Antas e rio Taquari. “Isso vai significar muita água descendo pelo rio Taquari, aumentando ainda mais as enchentes e de maneira muito rápida”, alertou.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Eduardo Leite afirmou que, segundo técnicos, o colapso não deverá causar “a devastação de uma enxurrada”. Mesmo assim, a população das cidades que ficam abaixo do local do rompimento devem sentir os efeitos do aumento do nível do rio Taquari.

Em nota, a Defesa Civil estadual informou que já vinha alertando a população para a elevação do nível do rio devido às fortes chuvas que atingem o estado desde a última sexta-feira e que, com apoio de outros órgãos públicos, está retirando as famílias que permaneciam nas áreas de risco.

Também em nota, a Companhia Energética Rio das Antas informou que detectou o rompimento parcial do trecho direito da barragem às 13h40. Ainda segundo a companhia, o Plano de Ação de Emergência já estava em prática desde o início da tarde de ontem (1º), em coordenação com as Defesas Civis da região, com acionamento de sirenes de evacuação da área, para que a população local pudesse ser retirada com antecedência e em segurança.

Governador se reúne com o presidente Lula para articular ações emergenciais no Rio Grande do Sul

O governador Eduardo Leite reuniu-se na manhã desta quinta-feira, 2, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma equipe de ministros na Base Aérea de Santa Maria, na Região Central do Estado. Leite apresentou um panorama dos efeitos do evento meteorológico de proporções históricas que atingiu o Rio Grande do Sul e das ações de salvamento que estão em curso.

No encontro, como uma medida emergencial, ficou decidida a criação de uma Sala de Situação integrada, sob coordenação do comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, para organizar as operações de resgate em todas as regiões atingidas. “Precisamos de todos os recursos técnicos e humanos para salvar vidas neste momento. Estamos testemunhando um desastre histórico, infelizmente. Os prejuízos materiais são gigantescos, mas nosso foco neste momento são os resgates. Ainda há pessoas aguardando o socorro”, disse Leite, que destacou as dificuldades meteorológicas ainda existentes, que retardam as operações.

Acompanhado pelo secretário de Desenvolvimento Social, Beto Fantinel, o governador também indicou a necessidade de suporte para as operações de atendimento assim que as condições permitirem. “Vamos precisar de apoio logístico para chegar às comunidades com abastecimento e auxílio com comida e remédios”, explicou Leite. “Os apelos que faço têm a ver com a angústia que sinto diante da situação do Estado.”

Também estiveram presentes os ministros da Casa Civil, Rui Costa, dos Transportes, Renan Filho, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, das Cidades, Jader Filho, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Texto: Alexandre Elmi/Secom
Edição: Camila Cargnelutti/Secom

Imagens aéreas mostram situação caótica em Vila Mariante

Imagens aéreas encaminhadas pela Prefeitura de Venâncio Aires mostram a situação neste momento em Vila Mariante. A água cobre grande parte da região. Em Estrela, o nível o rio Taquari já chegou a 33,15m às 11h30min desta quinta-feira, 2 de maio.

Partida entre ACBF e Assoeva pela Liga Nacional de Futsal é adiada

Após o adiamento da partida pela Série Ouro de Futsal, que seria realizado na última quarta feira, 1º. Foi confirmado na manhã desta quarta feira, 2, o adiamento da partida válida pela sexta rodada da Liga Nacional de Futsal (LNF), contra a ACBF de Carlos Barbosa, que seria realizado no próximo sábado, 4, na cidade da capital Nacional do Futsal.

A decisão oficial foi confirmada pelo presidente do clube mandante, Bolívar Zuanazzi. Uma nova data ainda não foi oficializada. A equipe da ACBF que passou por um grande susto nesta quarta feira, 1º, quando voltava de viagem e acabou ficando presa em um bloqueio na BR-470 na Serra das Antas, em Veranópolis, o time retornava do Paraná, onde empatou por 2 a 2 com o Marreco, pela 5ª rodada da Liga Nacional de Futsal.

O elenco inclusive teve que caminhar pela estrada até um abrigo em uma casa, às margens da rodovia. Após jogadores e comissão técnica foram resgatados. A delegação segue na cidade até a situação se normalizar. Ninguém ficou ferido.

Serviços de coleta de lixo em Venâncio são suspensos

A empresa Terra Ciclo, encarregada da coleta de resíduos em Venâncio Aires, anunciou a suspensão temporária dos serviços programados para esta quinta-feira, 2. As condições de trabalho inadequadas são o motivo para a interrupção. Portanto, os residentes da região, devem evitar de colocar lixo para fora durante este período.

Além disso, os habitantes da região baixa são aconselhados também a não depositar resíduos, pois a coleta não será realizada até que as condições de trabalho sejam restauradas.

Sobe para 13 o número de mortos em consequência das chuvas no Rio Grande do Sul

As consequências das fortes chuvas que castigam o Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira, 24,  já causaram ao menos 13 mortes. Segundo o mais recente balanço da Defesa Civil estadual, divulgado na manhã desta quinta-feira, 2, ao menos 21 pessoas estão desaparecidas e mais de 44,6 mil pessoas já foram de alguma forma afetadas em todo o estado.

Ainda de acordo com a Defesa Civil gaúcha, os óbitos confirmados até esta manhã ocorreram em Encantado (1); Itaara (1); Pantano Grande (1); Paverama (2); Salvador do Sul (2); Santa Cruz do Sul (1); Santa Maria (3); São João do Polêsine (1) e Segredo (1).

Até o momento, 134 prefeituras reportaram prejuízos decorrentes de alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências das chuvas e da cheia de rios. O número de desalojados, ou seja, de pessoas que tiveram que deixar suas casas e buscar abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens pagas, já passa de 5,25 mil, enquanto os que tiveram que buscar abrigos públicos ou de entidades assistenciais chega a 3,07 mil.

Nessa quarta-feira (1º), no fim da tarde, o governador Eduardo Leite, usou palavras como “guerra” e “cenário de caos” para expressar o que classificou como “um momento muito, mas muito crítico”. Durante entrevista à imprensa, Leite afirmou que a situação deve piorar nos próximos dias, já que a previsão é de que continue chovendo intensamente em grande parte do estado ao menos até domingo, 5.

“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou. Será maior do que o que assistimos no ano passado”, declarou o governador, referindo-se à tragédia registrada em 2023, quando as fortes chuvas e as consequentes inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais. “Neste momento, os números são absolutamente imprecisos e, infelizmente, vão aumentar muito ao longo das próximas horas e dos próximos dias”, alertou Leite ainda durante entrevista dada na noite de ontem à imprensa, quando dez mortes tinham sido confirmadas.

Uma das regiões afetadas e que mais preocupam as autoridades estaduais neste momento é a do Vale do Taquari, em virtude do risco de transbordamento de rios e consequentes inundações e alagamentos. “É orientação expressa que os moradores dos municípios de: Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado e Lajeado deixem áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Taquari, que vem recebendo expressivos volumes [de água] em razão das fortes chuvas dos últimos dias e está ultrapassando extraordinariamente sua cota de inundação”. Os órgãos públicos responsáveis monitoram a situação das barragens, principalmente da região central do estado.

FOTOS: Confira imagens das enchentes em Venâncio Aires

A Rádio Venâncio Aires AM 910 segue acompanhando a situação das enchentes. Confira abaixo, imagens feitas pelo repórter Júnior Posselt na região de Vila Mariante, onde centenas de pessoas são resgatadas:

Hospital São Sebastião suspende procedimentos eletivos por conta dos transtornos das enchentes

Devido à situação dramática em decorrência das enchentes em Venâncio Aires e região, o Hospital São Sebastião Mártir comunica que todos os procedimentos eletivos (exames, consultas no ambulatório de especialidades e cirurgias sem gravidade), estão suspensos nesta quinta-feira, 2 e sexta-feira, 3.

Muitos funcionários estão com dificuldades de comparecer à instituição, o que acarreta em um quadro reduzido e com muita demanda. Os serviços são mantidos unicamente para atendimento de urgência e emergência. Moradores também podem buscar atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Cerca de 15 mil pessoas estão desalojadas em Venâncio Aires

Números divulgados pela Administração Municipal indicam que em torno de 15 mil pessoas estão desalojadas em Venâncio Aires. São famílias que estão fora de casa, tanto na cidade quanto no interior. O número também envolve aquelas ainda precisam ser resgatadas.

Em abrigos públicos, são mais de 250 pessoas alojados. O acolhimento às vítimas ocorre na Sercsate, do bairro Santa Tecla; e no interior, nos ginásios de Linha Mangueirão e Vila Estância Nova.

O atendimento pode ser solicitado também pelo WhatsApp 99910-9500 e pelas redes sociais da Prefeitura. Para os atendimentos relacionados às enchentes, a Defesa Civil também atende pelo 93505-5953. O número do Corpo de Bombeiros é o 193.

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