Com profissão pouco conhecida no Brasil, placenteira chama atenção em Venâncio

Também chamada de “árvore da vida”, a placenta possui usos que vão além da gestação e do parto. O órgão criado pelo corpo da mãe com o principal objetivo de proteger o bebê tem sido utilizado também após o nascimento. Para orientar mulheres sobre as possibilidades, uma profissão pouco conhecida no Brasil tem buscado espaço. As placenteiras vêm ganhando popularidade e querem cada vez mais difundir o seu trabalho.

Uma das poucas mulheres do Rio Grande do Sul a desenvolver serviços neste campo, a moradora de Venâncio Aires Camila Machado de Souza, que também atua como doula, explica que no país existem poucos estudos sobre os benefícios da placenta, mas que em outros lugares, como na Ásia, já são produzidos materiais a partir do órgão, que também pode ser ingerido. A medicina chinesa, por exemplo, é adepta da prática há milênios. “É um assunto bem interessante. Causa muita estranheza. Mas, na verdade, é algo natural. Tem relatos de uso em diversas culturas há muitos anos […]. A placenta é ingerida por todos os mamíferos. E se a gente for ver que é uma coisa instintiva, algum benefício deve ter. E os benefícios são muitos, principalmente com relação à melhora nas oscilações de humor da mulher no pós-parto”, contextualiza Camila.

Para ingestão da placenta, não significa que a mãe deve comê-la crua, já que esta é a situação que mais estranheza causa quando se fala no assunto. As possibilidades de uso desse órgão são inúmeras, sendo que, entre elas, estão a confecção de cápsulas ou óleos florais para ingestão, ou até mesmo a realização de artes para serem guardadas como lembranças do parto.

Camila destaca, primeiramente, que existem leis brasileiras dando o direito à mulher de solicitar a placenta na maternidade após o parto, seja ele natural ou cesária. Depois disso, o material pode ser refrigerado de forma adequada e entregue, então, aos cuidados de uma placenteira, que produz o material escolhido pela mãe. Tanto as cápsulas, feitas a partir da desidratação da placenta, quanto os florais, podem ser consumidos pela mulher ou por qualquer outra pessoa. No Brasil, no entanto, não é permitida a comercialização do órgão, nem de produtos feitos a partir dele.

De acordo com Camila, a placenta é rica em ferro e tem potencialidades para acalmar mãe e bebê, trazer disposição e, até mesmo, curar infecções. Existem inclusive, estudos para utilização da membrana proveniente da placenta na cicatrização de queimaduras. A redução do risco de depressão pós-parto, melhora na recuperação da mulher e o aumento na produção de leite também são citados como efeitos benéficos.

Em Venâncio, Camila ainda não oferece o serviço de encapsulamento da placenta, já que a procura é baixa para um serviço que demandaria investimentos altos por parte da placenteira. O que ela faz de manipulação são os óleos terapêuticos e as tinturas, além de artes que podem ser guardadas como lembrança ou para decoração. Mais informações sobre o assunto podem ser buscadas nas redes sociais da profissional.

Pinturas feitas a partir do uso da placenta e que podem ser guardadas como lembrança do parto. Foto: Arquivo pessoal

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