Nos últimos dias, tem crescido o número de produtores rurais que relatam a presença de fiscais do Ministério Público do Trabalho em propriedades, realizando fiscalizações devido a contratação de diaristas durante a safra de tabaco. Agricultores, inclusive de Venâncio Aires, estão sendo alvos de notificações. Dirigentes de entidades e autoridades ligadas ao setor, questionam a ação tomada pelo órgão, já que a contratação de mão de obra temporária é uma prática que vem de longa data na cultura, principalmente na época de colheita.
Nesta semana, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva, deve ter um encontro com o Ministério Público do Trabalho para tratar sobre o assunto e encontrar soluções para a situação. “Não podemos entender que um diarista possa ser considerado um empregado normal. Não podemos também deixar pensar que ser diarista, se refere a essas ações de trabalho análogo a escravidão”, disse.
Carlos Joel da Silva relatou a importância da análise da situação na região, pelos fiscais do MPT. “Não tem como assinar carteira para diarista. A realidade é diferente e tem diaristas que atuam em outras funções e quando ganham uma folga vão exercer essa atividade”, afirmou, ressaltando que o setor jurídico da Fetag-RS já está analisando a situação e buscando por soluções junto aos órgãos competentes.
A situação, conforme Carlos Joel da Silva, poderá resultar na diminuição da oferta de emprego temporário no campo. “O agricultor paga para o diarista muito mais do que pagam alguém na cidade. Não podemos achar que tudo é trabalho em condições inadequadas. Precisamos achar a solução para que o agricultor possa continuar produzindo”, finalizou.