“Nós precisamos do ensino e amamos esse campus, pois ele é nossa segunda casa”, diz estudante sobre paralisação de atividades no IFSul de Venâncio

Estudantes do campus local do IFSul se mobilizam com cartazes nesta quarta-feira, 10, reivindicando a suspensão da greve dos servidores, que deve interromper as atividades na instituição a partir do dia 17 de abril. O protesto ocorreu durante a manhã, junto a um encontro de integrantes do Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que promoveu reunião em Venâncio Aires para atualizar a situação da greve nacional. Os alunos também pediram pela participação nos encontros realizados pelos servidores, para poderem acompanhar a situação e buscar por outras medidas.

A presidente do Grêmio Estudantil, Joana Lakus Silveira, frisou que a paralisação afeta diretamente o ano letivo dos estudantes. Ela lembrou que os alunos estão a favor das causas defendidas pelos profissionais, mas que a suspensão do calendário não pode ser efetivada para evitar perdas maiores. “O campus é a nossa segunda casa. Adoramos nossas aulas e projetos que desenvolvemos aqui. Nós acreditamos no que fazemos e não dá pra gente desistir disso”, destacou.

Estudante do 4º ano do ensino médio integrado, Eduarda Gomes da Silva, destacou a preocupação sobre o cancelamento do calendário e os danos que a situação pode ocasionar para quem pretende ingressar no ensino superior no próximo ano. “Deixamos claro que apoiamos a causa, porém gostaríamos que usassem um outro método de protesto. A greve vai influenciar diretamente no nosso futuro. Tentamos nos comunicar muito com os professores, mas não estamos sendo tão bem escutados”, pontuou.

O que diz a direção do campus

O diretor do campus local do IFSul, Geovane Griesang, explicou que nessa situação, cabe somente à direção deliberar pela suspensão ou não do calendário de atividades. “Tivemos que cancelar, pois não tinha como viabilizar as aulas e estava ficando difícil para manter as atividades. Pensamos também no futuro, na recuperação do calendário. Em nossa análise, seria melhor fazer a suspensão agora, para os estudantes conseguirem fazer a recuperação das aulas na totalidade”, disse.

O que diz a representação do sindicato

Em contato com a reportagem, representantes do Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), também se manifestaram. O motivo principal envolve perdas salariais acumuladas nos últimos anos. Questões orçamentárias também são apontadas, principalmente com relação à falta de investimentos em estruturas.

Eduardo Rayher Soares destacou que a mobilização dos servidores pode causar atrasos no calendário educacional. Mas, segundo ele, é essencial para evitar problemas futuros. “Esse é um movimento federal. Não podemos admitir que se tenha um discurso a favor da educação, mas na prática isso não acontece”, justificou.

O profissional ainda informou que uma das causas apontadas é o baixo orçamento para investimentos em institutos federais. “Possuímos uma estrutura e equipamentos defasados e uma manutenção aquém do necessário. Estamos com um quadro generalizado de desassistência dos nossos estudantes e redução nos quadros funcionais. Buscamos por respostas, mas ainda não tivemos retorno”, disse Eduardo.

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