Rua localizada no bairro Bela Vista ganha nome de Avenida Leonel Brizola

De autoria dos vereadores do PDT, Ana Cláudia do Amaral Teixeira, Gerson Ruppenthal, Luciana Regina Scheibler e César Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 005/2022 dá denominação de Avenida Leonel Brizola a trecho de via pública localizada próximo ao Residencial Altos da Aviação. A rua inicia junto a rua Armando Ruschel e segue por aproximadamente 500 metros até o seu final, junto a continuidade da rua Ornélio Reckziegel.

A proposição apresentada pela bancada do PDT, foi aprovada na sessão desta segunda-feira, 14, e é uma forma de homenagear a memória de Leonel Brizola, que em 22 de janeiro deste ano, estaria comemorando 100 anos de idade. Brizola foi um político apaixonado que, com apenas 23 anos, entrava no Partido Trabalhista Brasileiro, advogando pela causa trabalhista defendida por Getúlio Vargas, pela democracia e pela Educação.

Sua trajetória política foi longa. Sua origem, muito humilde. Nasceu no povoado de Cruzinha, em Carazinho, Rio Grande do Sul, filho do pequeno agricultor José Oliveira dos Santos Brizola e de Onívia de Moura Brizola. Leonel Brizola (1922-2004) foi um dos principais líderes do trabalhismo brasileiro. Após o golpe de 1964, esteve exilado durante quinze anos, só retornando ao Brasil em 1979.

Durante a Revolução de 1923, seu pai foi morto pelos soldados do governador Borges de Medeiros, e depois de perder as terras, Onívia e os cinco filhos foram morar em São Bento, onde passou a trabalhar na lavoura. Leonel Brizola foi alfabetizado por sua mãe, e em seguida ingressou na escola. Teve uma infância difícil. Com dez anos de idade foi trabalhar lavando pratos e carregando malas em um hotel em Carazinho.

Com a ajuda de um pastor metodista, conclui o primário no Colégio da Igreja Metodista. Com 14 anos, mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou como engraxate e ascensorista. Em 1939 concluiu o curso de técnico rural do Ginásio Agrícola Senador Pinheiro Machado. Empregou-se como graxeiro na Refinaria Brasileira de Óleos e Graxas, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Depois de ser aprovado em um concurso do Ministério da Agricultura, ingressou como técnico do Ministério, em Passo Fundo. Depois de seis meses em Passo Fundo, desistiu do emprego e retornou para Porto Alegre. Trabalhou como jardineiro do Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura.

Em 1942 concluiu o ensino fundamental e em seguida licenciou-se da prefeitura para alistar-se no 3º Batalhão de Aviação do Exército. Ao terminar o serviço militar, voltou para a prefeitura e concluiu o curso médio no Colégio Júlio de Castilhos. Nessa época, foi um dos fundadores do Grêmio Estudantil e o vice-presidente.

Em 1945 foi aprovado no curso de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluindo o curso em 1949. Ainda estudante de engenharia, Brizola filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foi responsável por organizar a ala jovem trabalhista. Em 1947, dois anos antes de se formar, foi eleito deputado estadual. Nessa época, Brizola dividia um quarto em uma pensão no centro de Porto Alegre. Na Assembleia Legislativa, defendeu pautas do movimento estudantil, como o aumento de vagas nas instituições de ensino. Em outubro de 1950, foi reeleito deputado estadual.

Em 1952 foi nomeado secretário estadual de Obras Públicas, onde realizou obras de infraestrutura como saneamento e rodovias. Em 1954 foi eleito deputado federal, e no ano seguinte, prefeito de Porto Alegre.
Brizola deixou sua marca em inúmeras gerações. Quando governador do Rio Grande do Sul, ainda na década de 1960, chegou a empregar 36% do orçamento do estado em Educação. Construiu mais de seis mil escolas – que ficaram conhecidas como Brizoletas – e garantiu mais de 500 mil novas matrículas por todo o estado. O número de professores, que na época era de pouco mais de 4 mil, saltou para 22 mil. Em março de 1987 Brizola encerrou seu mandato de governador do Rio de Janeiro, deixando como marco principal a construção de Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), escolas que funcionavam em horário integral, com assistência médica e odontológica.

Leonel Brizola faleceu no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho de 2004, aos 82 anos. Foi um dos políticos de maior expressão nacional. Lutou pela escola pública de qualidade, pelo trabalhismo e pela democracia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

error: Recurso desabilitado